...A Capital dos Mortos, de Tiago Belotti
Qual o diferencial desse filme de horror, onde um grupo de amigos tenta sobreviver a uma invasão de mortos-vivos, que surgem matando todos quem vêem pela frente? Até aí nada de novo, não é? A novidade é que o filme foi todo produzido no Brasil. A capital do título é a nossa Brasília. E tudo indica que o filme foi dirigido por um fã de George A. Romero (eles assistem um filme dele na TV, tem cartazes nas paredes e ainda rola um agradecimento nos créditos finais). A boa premissa, sobre uma profecia feita por Dom Bosco, que era mesmo um vidente, esbarra numa direção sem criatividade e sem tensão alguma nas cenas de ataque dos zumbis. Simplesmente não há sustos. Apesar de alguns bons ângulos de câmera e da boa edição, o filme segue como um dos não-mortos, cambaleante. O roteirista tenta dar uma de Tarantino querendo criar alguns diálogos com referências pops, como na cena em que um dos personagens pergunta ao outro se ele gosta mais de Cascão ou Cebolinha, mas soa bastante banal e forçado. E ainda cai no clichê da trilha sonora death metal. O filme vale ser visto pelo pioneirismo, pois não é saudável o cinema brasileiro estar ligado sempre a comédias e dramas, e porque pode até agradar os fãs de trash movies (eu vou ver de novo), pois, "quanto pior, melhor". O diretor promete uma continuação. Espero que ele seja mais ousado, como ameaçou no início, com um beijo lésbico, e que, desta vez, filme em película, pois a fotografia do filme foi o pior de tudo! A maquiagem e os efeitos não chegam a comprometer.
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