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Abril Despedaçado



Aqui é diferente. Não sei se pior ou se melhor. É apenas diferente. Tudo é questão de ponto de vista. Aqui, quem faz as leis somos nós. E é a honra que sempre está acima de todas as outras virtudes. Nossa bandeira hasteada é uma camisa na corda com uma mancha de sangue. Amarelada ou não; depende do tempo em que a colocaram ali. Aqui nossos mortos pedem vingança e são ouvidos. Aqui encaramos a morte como uma eterna dívida a ser paga por duas famílias que se revezam entre credor e devedor. Aqui o passado macula o presente. Morre-se e mata-se, já nem se sabe mais porquê. Aqui o amor foi breve e tardio. Foi olhares. Suspiros. Num abril já despedaçado.





Por Helena Cayres




(Leia o Livro, Veja o Filme)

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